A seca segue causando estragos no interior do Pernambuco. No Sertão, muitos rebanhos estão morrendo sem água e alimento, porém, um tipo de milho está se desenvolvendo bem em áreas irrigadas e a palha produzida por ele tem servido para aliviar a fome desses animais.Em perímetros irrigados pelo Rio São Francisco, a espécie BRS Gorotuba está se desenvolvendo sem problemas, mesmo com a falta de chuvas. "Temos água, temos semente, temos quem tome conta e material para ser recolhido e adicionado na alimentação do animal", explicou o agrônomo do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) José Nildo Tabosa.
São 140 hectares de áreas plantadas. Diferente do milho tradicional, o ciclo de produção dessa espécie é mais rápido, o que contribui para a ação, considerada emergencial. "Ele antecipa seu ciclo em torno de 20 dias em relação às outras variedades e um florescimento de sete dias antecipado em relação às outras variedades", disse o agrônomo Elias Cintra, do IPA.
Por semana, são colhidas quase 300 toneladas de palha do milho, o suficiente para abastecer 40 caminhões que seguem para 14 municípios do Sertão do Araripe. São os próprios criadores de animais beneficiados pelo programa que realizam o carregamento de caminhões. Um trabalho que é pesado, mas feito com o maior prazer. “Fico muito satisfeito em levar a forragem para os pequenos agricultores, porque todos precisam e, no momento que chegar, a gente está sabendo que eles estão com uma forragem boa”, disse Daniel Abílio Delmondes.
A ação também beneficia agricultores do Projeto Bebedouro, que estão recebendo do governo pela produção do milho. “Esse programa veio, porque o produtor tem a terra, a água e a mão de obra, e também possibilita ter um bom rendimento com essa atividade”, afirmou o presidente da Associação dos Produtores, Rogério Andrade.
Do G1 PE
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